Com o surgimento de alguns casos de pacientes considerados “difíceis”, o que sobre o olhar psicanalítico era resistência do analisando diante da técnica, a postura fria e muda do analista era um empecilho para a associação livre. Estes eram considerados “inanalisáveis”, “incuráveis”.
Para Sándor Ferenczi era inaceitável que o paciente fosse intratável. Dentro da dinâmica transferencial ele observou que certos pacientes começavam a entrar em estados regressivos, ter manifestações de comportamentos infantis; como por exemplo mudar o tom de voz, postura corporal, falhar na pronúncia das palavras ou mudar o vocabulário, agir de forma mais ingênua. Os mesmos reviviam conteúdos traumáticos, o que exigia do analista a necessidade de ter uma postura que criasse um ambiente seguro dado pelo vínculo terapêutico baseado na benevolência, confiança e sinceridade – que com frequência as relações com os adultos do passado não tinham proporcionado.
Ferenczi desenvolve uma forma de manejo inspirado no setting dos psicanalistas infantis da época como, Sra. Von Hugh, Anna Freud, Melaine Klein, e Aichhorn (que se ocupou de desenvolver técnicas para conter crianças mais difíceis).
O autor sustentava a ideia que eram os psicanalistas que deviam se adaptar às demandas e particularidades de cada paciente. Esta e outras das suas teorias e ideias revolucionárias, ganhavam destaque pela sua inteligência e espírito desbravador. No ambiente psicanalítico era nomeado com o termo francês: enfant terrible.
“Análise de crianças com adultos” é um artigo publicado em 1931 por Sándor Ferenczi na conferência pronunciada em homenagem a Freud com especial dedicatória no seu 75°aniversário. O texto é um dos principais escritos sobre a sua teoria do trauma, encontrado no volume IV das obras completas, e que iremos abordar no próximo encontro.
Ministrado pelos psicanalistas: Danilo Guerrero e Gimena Feola
Evento on-line e interativo pela plataforma ZOOM
1h30 *com certificado*
13.12 às 19h
Gratuito
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